A roseira brava (Rosa canina L.), também conhecida como rosa canina, rosa selvagem ou rosa silvestre é um arbusto vivaz, nativo da Europa e regiões temperadas da Ásia e África do Norte e, em Portugal, cresce em sebes e bosques em quase todo o continente e regiões autónomas.
Pensa-se que a origem do seu nome (canina) possa ter um sentido diminutivo em relação a outras variedades de rosas ou então ao facto desta planta ter sido usada em tratamentos de mordidelas de cães, eventualmente raivosos, devido à sua acção anti-inflamatória.
A roseira brava é tradicionalmente utilizada em xaropes, chás e até marmeladas e o interesse medicinal pela mesma está documentado desde o tempo de Hipócrates, tendo a sua importância crescido durante períodos de escassez ou guerra, devido aos seus elevados teores de vitamina C.
Durante a Segunda Guerra Mundial, quando a Inglaterra não podia importar citrinos frescos, o seu governo organizou uma colecta de bagas de Roseira Brava para fabricarem um xarope a ser usado na prevenção do escorbuto (doença provocada pela carência de vitamina C).
Da roseira brava, os pseudofrutos (cinorrodos) são a parte mais utilizada, são bagas pequenas e avermelhadas que, para além de ricas em vitamina C, possuem vitaminas do complexo B, pigmentos amarelos e vermelhos, flavonóides e taninos, entre outros, que ajudam na prevenção e tratamento de debilidades físicas, sindromas gripais, doenças infecciosas e também em casos de carência de vitamina C.
O seu teor de vitamina C (1700 a 2000 mg/100g), superior ao da acerola e dos citrinos, faz da roseira brava uma fonte natural de vitamina C e antioxidante utilizada em suplementos alimentares, tendo valores superiores desta vitamina apenas o Kakadu Plum, um fruto Australiano e o camu-camu, fruto existente na Amazónia.
As folhas de roseira brava na forma de cataplasma (aplicação sobre a pele de uma substância pastosa efectuada com a planta e geralmente quente) promovem a cicatrização de feridas.
Para além de ter actividade antioxidante e diurética, a infusão de roseira brava é uma bebida deliciosa e aromática, com cor e sabor intensos que poderá ser tomada várias vezes ao dia, recomendando-se uma dosagem de 2 a 5 g por chávena.
No caso de pretender a acção diurética da roseira brava, para obter uma melhor extracção, nomeadamente de taninos, poderá ser efectuada uma decocção com uma dosagem de 30 g/L e poderá tomar até 1 litro por dia. Para este preparado deixe ferver os frutos 2 minutos e após mais dez minutos de infusão poderá ser consumido.