A figueira-da-índia (Opuntia ficus-indica L.) é uma planta que tem um potencial de aproveitamento quase integral. A nível mundial, existe um historial de consumo dos cladódios – as palmas - para alimentação humana como um legume, em pó como suplemento alimentar ou como farinha e para cura de problemas de tosse. Tradicionalmente, em Portugal, era produzido um xarope a partir do gel que escorre dos cladódios, para combater a tosse convulsa. As palmas são também já largamente utilizadas para a alimentação do gado, principalmente em regiões em que há grandes períodos de seca. Também são utilizadas para a produção de sumos, compotas, picles, conservas, entre outros. No que respeita aos frutos – figos da índia – a sua utilização mais difundida é como fruto fresco, no entanto, há também, a nível mundial, a tradição de consumo em sumo/polpa, estando em estudo as suas potencialidades de utilização como corante alimentar natural. São ainda utilizados para a produção de compotas, geleias, xaropes, produtos desidratados, licores e mesmo vinagre. Da semente, extrai-se um óleo muito utilizado na cosmética devido às suas propriedades de regeneração da pele. O processo de extração do óleo dá origem a um subproduto que pode ser utilizado para a alimentação animal. A flor é utilizada depois de seca para produção de uma infusão com propriedades de combate a problemas da próstata. A planta pode ainda ter uma utilização para a produção de carmim quando cultivada para servir de hospedeira à cochonilha do carmim (Dactylopius coccus Costa).
O fruto fresco
Uma das formas mais difundidas de consumo dos figos da índia é como fruto fresco. Para garantir uma melhor qualidade dos frutos, estes devem ser colhidos o pela manhã, enquanto a temperatura ainda está relativamente baixa. Após a colheita, os figos da índia devem ser submetidos a um processamento para retirar os picos. Os figos da índia podem ser armazenados a temperaturas entre 6 e 9ºC (temperaturas muito baixas causam manchas provocadas pelo frio) até um período máximo de 2 meses, podendo em certos casos conseguir-se 60 dias de armazenamento a 10ºC (Sáenz, 2006). Uma alternativa à comercialização dos frutos inteiros, aproveitando tendências que já se verificam na comercialização de outras frutas, conjugada com formas tradicionais de venda noutros países, é a venda dos frutos sem casca, inteiros ou em pedaços, embalados em polietileno ou em caixas próprias para este tipo de consumo.
FONTE: http://www.agronegocios.eu/noticias/a-figueira-da-india/