Credito da fotografia "Fir0002/Flagstaffotos"
O Castanheiro é uma árvore quw cresce em toda a Europa e gera a Castanha (fruto). Antes de amadurecer a Castanha, está protegida por um ouriço, que resguarda o fruto, até à maturidade. Cresce de forma de natural, sem necessidade de intervenção humana, mas também é utilizada em exploração agrícola.
Encontrar um Castanheiro em época de castanhas maduras, durante é um belo reforço alimentar. (Não abusar da quantidade de castanhas apanhadas).
Aqui fica, uma dica COMO ASSAR CASTANHAS NO CAMPO, COM AGULHAS DE PINHEIRO. Muito cuidado com os incêndios. Deves participar antecipadamente às autoridades (ICNF) a intenção de fazer uma fogueira.
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Texto cientifico citado:
Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P.
O castanheiro europeu (Castanea sativa Mill) pertence à família das Fagáceas, a mesma família a que pertencem os carvalhos, e ao género Castanea. Pode atingir 25 a 30 metros de altura, possui copa ampla, tronco revestido por casca, que vai mudando de cor e de textura com a idade, sendo olivácea e lisa até aos 15-20 anos, passando depois a castanha escura e fendida longitudinalmente. As folhas são caducas, alternas simples em forma de lança com 10 a 25 cm de comprimento e frouxamente serradas.
Possuem cor verde brilhante e na inferior, verde pálido com pêlos. O ciclo vegetativo do castanheiro compreende quatro fenofases: abrolhamento, floração, frutificação e desfoliação. Em Portugal, na generalidade, o abrolhamento dá-se a partir de fim de Março, dependendo da região e da variedade, quando as temperaturas estão compreendidas entre os 15ºC e 18ºC, aparecendo as flores masculinas entre Maio e Junho e as femininas aproximadamente um mês depois. As flores masculinas são amarelas dispostas em cachos eretos, os amentilhos.
As flores femininas estão normalmente agrupadas em três no interior de uma cápsula espinhosa dando origem às três castanhas do ouriço.
Os frutos amadurecem nos meses de Outubro e Novembro
A árvore entra em repouso vegetativo entre Novembro e Março. O castanheiro é uma espécie monóica, a mesma árvore possui flores femininas e masculinas, mas é auto-estéril, isto é, a fecundação cruzada é indispensável, porque as flores femininas e masculinas da mesma árvore são incompatíveis.
A polinização dá-se através do vento e por insetos. No estabelecimento de um pomar é, portanto, muito importante ter em conta que as variedades polinizadoras tenham uma produção abundante de pólen e que seja geneticamente compatível com as flores femininas da variedade a polinizar, bem como a plena floração masculina corresponda ao período de recetividade das flores femininas. A floração masculina é relativamente curta: 5 a 8 dias em que o pólen se mantem viável, enquanto o período de recetividade das flores femininas dura 5 a 20 dias (Bergougnoux et al., 1978). O souto deve ter mais de duas variedades para assegurar uma boa cobertura polínica, uma vez que as variações climáticas podem fazer variar a evolução dos diferentes estádios florais. Uma boa polinização necessita também de temperaturas elevadas e de bom tempo, para que o transporte de pólen seja eficaz. São sobretudo as abelhas que asseguram a polinização, bem mais do que o vento.
Aos 8, 10 anos o castanheiro já produz fruto, no entanto, só depois dos 20 é que a frutificação passa a ser regular. Até aos 50-60 anos o crescimento é bastante rápido, diminuindo depois até ao fim da vida. Um castanheiro pode atingir 45 metros de altura e a sua copa pode chegar aos 30-40 metros de diâmetro.
Regimes de exploração e regeneração
O castanheiro é uma árvore lenhosa que pode atingir mais de um milhar de anos. Pode encontrar-se associada a certos carvalhais. É explorado para a produção de fruto (souto) e para a produção de madeira (castinçal) (figura 6).
Denomina-se bravo, o castanheiro para produção de madeira, proveniente de semente, e manso o que é utilizado para produção de fruto que é normalmente enxertado aos 2-4 anos.
O castanheiro bravo é cultivado em alto fuste ou talhadia, para a produção de madeira de grandes e pequenas dimensões. Para o alto fuste o compasso é normalmente de 4x2 metros. Fazem-se desbastes, ao fim de 2-5 anos, para seleção das melhores árvores e o corte final dá-se por volta dos 50-60 anos, quando o povoamento possui 170-200 árvores/hectare. Um povoamento em alto fuste é convertido em talhadia depois do corte final. Nas talhadias utilizam-se rotações de 15 anos (Costa, 2005).
No caso de um pomar, os compassos podem variar entre os 8 e os 12 metros, de forma a dar espaço suficiente para que as copas cresçam. Nos novos soutos, instalados com rega gota-a-gota, os compassos têm sido diminuídos para 6 e 7 metros, para uma exploração mais intensiva, e dessa forma aumentar o rendimento nos primeiros anos de produção. Quando as copas começam a competir poderá ser realizado um desbaste. Os tratamentos a efetuar depois da plantação são muito semelhantes a qualquer árvore de fruto. É necessário mobilizar o solo antes da plantação bem como fertiliza-lo. A enxertia é muito utilizada nas variedades de fruto e os porta-enxertos convém que sejam resistentes à tinta, provocada por um oomiceta do género Phytophthora que ataca as raízes. Os principais métodos utilizados para a propagação de castanheiros são por semente, enxertia e amontoa (figura 7).
As variedades de castanha Portuguesas
Em Portugal a Longal é uma das variedades mais antigas, que se encontra distribuída por todas as regiões de produção, sendo considerada a melhor variedade para a indústria. As variedades Judia e Martaínha, devido ao seu maior calibre, são normalmente preferidas para o mercado em fresco. Algumas variedades tais como a Longal, Amarelal e Verdeal encontram-se também no Norte de Espanha (Costa et al., 2008, Pereira- Lorenzo et al., 2011)
Devido às crescentes exigências do mercado em produtos de qualidade e para a preservação e valorização do património genético nacional, foram criadas regiões demarcadas com denominação de origem protegida (DOPs):
Castanha da Terra Fria – inclui as variedades de castanheiro europeu Longal, Judia, Cota, Amarelal, Lamela, Aveleira, Boaventura, Trigueira, Martaínha e Negral. Mais de 70% da produção deve corresponder à variedade Longal, sendo os restantes 30% relativos à produção das outras variedades. Esta DOP é produzida em Trás-os-Montes, nos concelhos de Alfândega da Fé, Bragança, Chaves, Macedo de Cavaleiros, Mirandela, Valpaços, Vimioso e Vinhais, abrangendo uma área de cerca de 12.500 hectares;
Castanha da Padrela – a sua área geográfica está circunscrita a algumas freguesias dos concelhos de Chaves, Murça, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar, correspondendo a cerca de 4.600 hectares. Inclui as variedades Judia, Lada, Negral, Cota e Preta;
Castanhas dos Soutos da Lapa – Inclui as variedades Martaínha e Longal. A área de produção abrange algumas freguesias dos concelhos de Aguiar da Beira, Armamar, Lamego, Moimenta da Beira, Penedono, S. João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca e Trancoso englobando uma área de cerca de 4.000 hectares;
Castanhas de Marvão – Inclui as variedades Bária e Colarinha. A área geográfica restringe-se aos concelhos de Marvão, Castelo de Vide e Portalegre, ocupando cerca de 550 hectares.
Características nutricionais da castanha
A castanha apresenta algumas vantagens em relação a outros frutos secos:
é menos calórica (tem cerca de um terço das calorias dos outros), tem pouca gordura e é significativamente rica em vitamina C, que ajuda a fortalecer o sistema imunitário;
é rica em amido, é um alimento energético, é isenta em colesterol e tem baixo teor em gordura, ajuda a combater a arteriosclerose;
não tem glúten, é recomendada na dieta dos doentes celíacos;
tem baixa concentração de açúcares solúveis, tem efeito anti diabético;
tem baixo teor de Sódio, contribui para reduzir a pressão arterial;
é rica em vitamina C e cálcio, previne a osteoporose;
tem elevado teor de potássio e fósforo, ajuda a regular o batimento cardíaco;
é rica em ácido fólico, ajuda a reduzir o stress.
Texto citado do site (https://projects.iniav.pt/NewCastRootstocks/index.php/pt/) do